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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Descontar dia parado é 'natural' em greves, diz ministra do Planejamento. 'Presidente Lula sempre dizia que greve não é férias', afirma Miriam Belchior.


A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou nesta terça-feira (11), após audiência pública no Congresso Nacional, que é "natural" descontar dias parados em greves de funcionários públicos, como é o caso da paralisação dos Correios, que acontece atualmente.

"O presidente Lula sempre dizia isso, que greve não é férias. Que, quando você decide fazer greve, assume também a consequência de não receber, ou ter de repor de alguma maneira. Essa é sempre uma discussão. Descontar o dia parado, não foi trabalhado, é natural que aconteça", declarou ela.

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, em imagem de arquivo. (Foto: Darlan Alvarenga/G1)Questionada se as greves de funcionários públicos seria "abusiva", uma vez que têm impacto sobre grande parte da população brasileira, a ministra do Planejamento disse que será "difícil" encontrar algum integrande de um governo do Partido dos Trabalhadores que afirme que uma greve seria "errada".

"O que nós acreditamos é que eles estão exercendo um direito que é deles e o governo tem uma posição a respeito dos limites que temos tanto do ponto de vista fiscal [gastos públicos] quanto do ponto de vista do controle de inflação[impacto dos aumentos nos preços dos produtos] relativos a aumentos de salários. As coisas têm impacto para a população, mas o Judiciário tem estabelecido atendimento mínimo pelo menos para alguns dos setores", afirmou Belchior a jornalistas.

Julgamento da greve dos Correios

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) julga nesta terça-feira o dissídio coletivo dos funcionários dos Correios, em greve desde o dia 14 de setembro. A sessão está marcada para começar às 16h. A última tentativa de acordo antes do julgamento aconteceu na noite desta segunda-feira.

O ministro Mauricio Godinho Delgado, relator do dissídio, se reuniu com representantes dos Correios e da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect). Não houve avanço nas propostas.

Na reunião, a direção dos Correios informou ao ministro que aceita a proposta que inclui o pagamento imediato de abono de R$ 800 e aumento real de R$ 60 a ser pago no dia 1º de janeiro de 2012. Os trabalhadores receberiam também reajuste de 6,87% retroativo a 1º de agosto. A proposta foi feita pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Oreste Dalazen, na sexta-feira.

Alexandro Martello
Do G1, em Brasília

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